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14/12/2014







Não quero roupas que me prendam
quero a nudez da alma lavada
quero o instinto que eriça o pelo
quero o gemido suave no ouvido
Não quero correntes que me aprisionam
quero o miado no escuro da noite
em telhados vagabundos
em varandas enluaradas
em goles de vinho tinto
morder o corpo suado
com sabor de fruta madura
Não quero corpos inertes
quero o movimento dos quadris
quero o suor gotejando na pele
quero bocas molhadas se encontrando
Não quero sonhos gelados
quero pele febril
quero gosto de sal
quero o desacordar
do ser entregue
da alma lavada
da vida sanada
no gozo da alma
Quero a liberdade do voo
quero o medo do salto
quero o frio na barriga
quero a asa aberta
quero aterrizar no leito
dormir no peito
despertar no paraíso.

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