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25/10/2014





A sensação asfixiante do aqui e agora.

Quando nos damos conta de que o passado se dissolveu atrás de nós, feito fumaça, feito escuridão quando a luz chega, é sim angustiante e pode ser devastadora, se não mantivermos o foco.
Quando atravessamos a ponte para algum lugar e percebemos que nos encontramos sozinhos, de repente, do outro lado, a vontade é voltar atrás e se aninhar no “cômodo, confortável e conveniente”, mas que pelo menos, é conhecido. De repente percebemos que não temos mais raízes, que somos árvores soltas procurando um novo terreno para nos fixar. Percebemos que não temos mais folhas, flores e, que nossa última lição é o total e absoluto desapego, para que uma nova ponte, um novo caminho e acima de tudo, um novo ser possa nascer.
O silêncio externo se confunde com as vozes interiores que ressoam dentro da alma, umas parabenizando a coragem, outras nos dizendo que estamos perdidas. Há uma confusão emocional tão grande, que não sabemos se corremos ou se permitimos que o “bicho” nos pegue, porque parece ser menos dolorido.
O peito aperta, os olhos se enchem d água, a vontade de sair correndo e nunca mais parar toma conta do coração, que nesse momento está encolhido feito criança, pedindo colo e aconchego, pedindo proteção e cuidado.
Ao mesmo instante que sentimos vontade de soltar fogos de artifícios e comemorar nossa coragem, temos vontade de bater a cabeça na parede, quem sabe os neurônios pegam no tranco e nos dão a luz que precisamos para saber o que fazer, quando e como.
De repente nos vemos sem ter lugar para voltar, sem ter um lugar definido para ir e simplesmente ter de parar e ficar onde estamos: AQUI E AGORA.
Mas o que fazer com esse aqui e agora?
O que fazer com toda essa angustiante sensação de solidão que toma conta de nós?
Onde estão todas as certezas que nos trouxeram até aqui?
Onde estão todas as pessoas que são importantes em nossa jornada?
Cada ser está passando por seu próprio momento sabemos disso, mas temos vontade de gritar ao mundo inteiro: Hei, onde estão todos? Será que ninguém percebe que estou precisando de colo, de carinho e de aconchego? Onde está o amor?
Será que percebemos quanto da carência está gritando? Quanto da menina assustada ainda está presente se fazendo de vítima e pedindo algo que nós mesmos precisamos nos dar? Quanto de nós quer realmente morrer e quanto ainda está amedrontada querendo colocar nas mãos dos outros a responsabilidade por nossa caminhada, por nossa felicidade, por nossos passos?
Quando nos damos conta que não há outro caminho a seguir, senão em frente e que não há passado, mas escolhas feitas que traçam o caminho a cada passo, nos damos conta de que podemos não saber qual caminho seguir, para onde vamos e o que vai acontecer, mas estamos onde deveríamos estar, no AQUI E AGORA e só a partir daqui, é que se inicia uma nova jornada e, mesmo que o medo venha, que a angustia tome conta, só escreveremos um novo capítulo da nossa história, quando dermos um passo a frente, pois se dermos um passo atrás, será sempre mais do mesmo!
Assim, com angústia e medo, o caminho precisa ser traçado e esse só é desenhado, entre o alvo e a seta!

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