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09/01/2014





Abandonei meus sapatos
hoje piso descalça sobre a terra que me sustenta.
larguei o peso morto que fingia me levar,
mas apenas me torturava em solas emborrachadas.
que me neutralizam energia!
Abandonei meus sapatos
quero sentir o calor e o frio na sola de meus pés.
quero o pulsar da Grande Mãe em energizando o corpo
quero minhas pegadas deixando marcas indeléveis de mim
quero minhas digitais sendo inscritas nas pedras
meu DNA compartilhado com a lama
minha alma tocando o chão.
Abandonei meus sapatos,
sentir em mim toda força pulsante
toda fluidez das águas que correm
toda mata,
todo limo,
Abandonei meus sapatos
sou ser da terra
sou mata virgem
sou caverna inexplorada
Abandonei meus sapatos
hoje sinto a brisa a me refrescar
alma leve a balançar no vento
sorriso escancarado ao dar de cara com a lua!
Abandonei meus sapatos
sou bicho do mato
sou índia guerreira
sou fera que corre por entre galhos, folhas e troncos.
sou animal selvagem
que se esconde na floresta
densa de amor
iluminada pelo sol
protegida pelos seres encantados.
Abandonei meus sapatos
voltei ao meu natural,
naturalmente simples!

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