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19/06/2020


Essa é minha espada!
Essa é minha forma de "guerrear" contra as sombras, o fascismo, o medo e a angustia.
Assim assumi minha jornada há anos e assim seguirei, ainda que afaste pessoas. Ainda que seja incompreendida. Ainda que ninguém compreenda.
Meu coração compreende.
Meu coração assim se faz paz.
Esse é o caminho do meio. Aquele que observa ambos lados do muro e escolhe sem titubear apenas um lado. O lado que cala ao coração e permite à alma seguir sua jornada evolutiva.
Essa espada é santa.
Essa espada silencia o mal, principalmente e primeiramente, dentro de quem a empunha em suas mãos de forma sincera.
Assim me faço guerreira a serviço da luz.
Assim me coloco a serviço dos seres elevados e me faço tecedeira de uma nova terra.
A Terra sem Mal.
Não posso colocar uma régua medindo meus atos a partir dos atos alheios. Posso e devo apenas seguir exemplos daqueles que me ensinam sempre a ser melhor hoje do que fui ontem e, melhor amanhã do que estou hoje.
Cada vez que escolho o caminho das armas porque "os outros" não compreendem minha escolha de caminhar no amor e na cura, atraso meus passos. Caminho para trás dez casas e perco o jogo evolutivo onde, no meu olhar, já não cabem mais competir e comparar....não cabem mais tiros, pedras, exclusão...
Cada vez que escolho o caminho do amor, vou em direção aos Taitas. Vou em direção e sou acolhida por anciões que escorrem amor pelos olhos e me cobrem desse mesmo sentir, nos abraços.
Ainda que seja dolorido, há que se passar pela longa noite da alma para sanar as sombras e esse momento é coletivo.
Há sombras coletivas a serem iluminadas e o papel de quem o escolheu amor como estrada é jamais se desviar do caminho.
Minha arma é a espada de sálvia e meu grito de guerra sempre será pelo amor a todos os seres.
Sigo no rezo e no caminho de Antahkarana ou, no hoje conhecido como caminho do arco íris!
Sigo.
No rezo.
Assim como os grandes guerreiros...
Ainda que engatinhando...
Ainda que me arrastando...
Ainda que ao chegar ao topo da montanha sagrada de minha alma eu chegue sem pele....o coração estará pleno.
Assim falo

Ninguem aprende a ser curandeira.
Não tem cursos para isso.
No máximo te mostram caminhos....mas é o caminho que te ensina.
São as pedras, o vento, a terra.
É o desenvolver a capacidade de ouvir as forças da natureza e compreender o significado das "não palavras, "ler" nos pelos arrepiados do braço a presença de algum mestre e decifrar suas mensagens.
Sentar-se na raiz de uma anciã do Povo em Pè e receber dela a seiva de sua sabedoria. Em silêncio.
Banhar-se nas águas sagradas e aprender seus mistérios.
Sentar-se no chão, aos pés de um sagrado ancião e ouvir suas histórias, seus golpes...suas cicatrizes e aprender a sair dos labirintos que a vida desenha.
Ser uma curandeira é mais do que cursos podem ensinar...são vivências e iniciações que nos colocam degrau a degrau no caminho da sabedoria interna.
Dançar em volta do fogo e sentir nas entranhas, seu poder!
É um escalar de montanha onde descobrimos que há apenas um morador no alto dela. Nós mesmos e assim, compreendemos que nenhuma sabedoria nos faz maiores, mas que elas nos torna responsáveis e, isso nos faz caminhar dia a dia, apenas e tão somente com nossas palavras!
As interessadas nesse caminho aviso...ele nos torna empatas e isso pode doer um pouco...mas é somente assim que deixamos de julgar os caminhos alheios e fazemos escolhas conscientes ao caminharmos um caminho!
Ser uma curandeira nos torna guardiãs de sabedorias ancestrais de ervas, sexualidade, rezos....e ser guardiãs nos faz silenciosas sobre essas sabedorias...o silêncio aqui é o respeito por quem veio antes e nos deixuou suas pegadas...
Desde os tempos imemoriais somos essas Mulheres.
Precisamos nos lembrar diarimante que somos as geradoras do Amor e que esse amor precisa florescer novamente nos corações para que o Mundo se cure do mundo!
Desde sempre, até o eterno!

Rose Kareemi Ponce


Estou cá pensando com meus botões que este ano está "perdido", no sentido comercial e no sentido de criação de novos caminhos.
Já estamos a caminho de julho e ainda nem estamos no pico máximo do covid-19 e muitos já estão saindo, fazendo compras, indo a bares, restaurantes...
Sinto que agosto nos reserva alguma pincelada mais escura e precisamos nos preparar para isso.
Nos unir em comunidades e nos ajudar mutuamente.
Não aprendemos as lições desses primeiros quase seis meses de isolamento social...
Ainda há muito de nós que precisa ser iluminado e limpo..ainda há muito de sombras sobrevoando nossas cabeças.
Ainda estamos presos em padrões consumistas, egóicos e limitantes e ao que parece nem mesmo os quase 45.000 mortos tem feito os véus de maya caírem dos nossos olhos. Temos medo da verdade e nos afundamos em fantasias de um mundo melhor, sem que cada um de nós assumamos compromissos reais com a mudança.
Tolos seguimos....na dança desengonçada de um (fake) futuro cheio de brilho.
Tenho cá pensado com meus botões...e eles parecem ser mais coerentes que muitas cabeças ditas pensantes.
Ou mudamos ou seremos mudados deste planeta.
Ou mudamos....ou seremos mudados.
Ou mudamos....ou não seremos mais...


Rose Kareemi Ponce

Um dos trabalos mais lindos que fizemos, Amadeu e eu, juntamente com nossa linda Familia Bentos do Brasil!
Benzedeiras e Benzedores espalhados por esse Basilzão!




Quando alguém fizer um depoimento público sobre seus sentimentos, não coloque sua opinião. Não diga que a pessoa está errada em seu sentir.
Não diga que a pessoa não deve sentir, chorar...
Coloque-se apenas como ouvinte, leitora e no máximo diga: "compreendo seu sentir e respeito sua vida, posso te ajudar mana?"
Qualquer coisa além disso é querer ter razão sobre o sentir alheio.
Qualquer coisa além disso é só EGO falando.
Tenha mais empatia e saiba que há uma linha delimitadora entre os espaços sagrados: seu e dos outros!!
Vale lembrar, você não é melhor do que ninguém nem sua opinião e sentir, mais valiosos.
O caminho do curador começa quando aprendemos a ouvir sem vomitar opiniões.


Rose Kareemi Ponce